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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Carta-testamento

"A personificação das conquistas trabalhistas na imagem sacrificial-cristológica de Vargas esvazia completamente o papel de seu “povo” como ator destas conquistas, embora não esvazie o seu papel de mantenedor das conquistas do “salvador” uma vez que este abandone a sua existência física junto aos homens. Certamente, tal como é dito, o seu “povo” deixou de ser escravo, mas não porque se organizou para pressionar o governo em tensas negociações durante os anos de sua ditadura, e sim porque Vargas, como “cordeiro do povo”, deu a sua vida para que os trabalhadores pudessem conhecer o verdadeiro sentido de seu regime de liberdade social. Ora, como os antropólogos bem notaram, o contrato implícito existente no mecanismo da dádiva sacrificial é a subordinação absoluta, seja in vita ou post-mortem do Imago Dei..."

Fonte:
espaço acadêmico.com.br

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